quarta-feira, novembro 28, 2007

Infinitivos infinitos

Cantar...
porque o desejo tido,
reprimido outrora,
sem muita demora,
foi realizado.

Gritar...
porque as palavras mudas,
não ditas outrora,
sem muita demora,
sairam da boca.

Ouvir...
porque os vergonhosos segredos,
não revelados outrora,
sem muita demora,
foram descobertos.

Chorar...
porque nem a mais bela aurora,
vista e pintada outrora,
sem muita demora,
não conseguiu exprimir a beleza do teu sorriso.

Silenciar...
,
outrora,
sem muita demora,
.

terça-feira, novembro 27, 2007

Sem sentido

Eu olho pra tu,
tu olhas pra mim,
eu me vejo em tu,
mas tu não te vês em mim.

Eu olho pra tu,
tu olhas pra mim,
eu posso tocar em tu,
mas tu não podes tocar em mim.

Eu olho pra tu,
tu olhas pra mim,
eu compro um óculos pra tu,
e tu me vês, te vês, e tocas em mim.

Ais!

Ah! se eu pudesse contar,
e sem remorso depois não chorar,
quanto amor dei e tenho para dar,
sabendo que nunca fui e poderei não ser amado.

Ah! se eu pudesse contar,
e sem remorso depois não chorar,
com quantas me pus a deitar,
e quantos falsos gritos de gozo gritei calado.

Ah! se eu pudesse correr,
correr, sem medo de cair,
e sem remorso depois não chorar,
ao te deixar - amar - e depois partir.

Ah! se eu pudesse contar,
e sem remorso depois não chorar,
contar aquilo que nem mesmo sei,
fingir não te amar, sabendo que sempre te amei.