terça-feira, setembro 30, 2008

insaide.

Há muito a ser dito dentro de mim.
Há muito a ser contado dentro de mim.
Há muito a ti ser dado dentro de mim.
Há muito que eu nem sei...
sabendo que te tenho dentro de mim.

on the radio

É assim que funciona:
Você procura dentro de você
Você pega as coisas que gosta
E tenta amar essas coisas que pegou
E então você pega todo esse amor que você fez
E crava em alguém
O coração de outro alguém
Bombeando o sangue de outro alguém.
E andando de braços dados
Você espera que isso não seja machucado,
Mas mesmo se isso acontecer
Você simplesmente vai fazer tudo de novo.

Regina Spektor

segunda-feira, setembro 29, 2008

its not an ending.

I was.
I was too.
I was too afraid.
I was too afraid to love.
Someone who's far away from me.

I know.
Distance fell us apart.
But you might be sure,
you still have your place in my heart.

domingo, setembro 28, 2008

Foi assim:
meio que inesperadamente, como um roubar de uma bolsa, de uma mulher que anda por uma rua super movimentada. Mas sem a tragicidade, é claro. Não pediu pra entrar, só olhou nos meus olhos... E o que teria sido de nós se eu não tivesse te perguntado o nome?
Pois é... exatamente assim como você gosta de dizer.
E enquanto eu solto fagulhas de felicidade nesse momento, por fazer real aquilo que com outras pessoas não pude - pela distância, pela incompatibilidade, ou pela disparadidade de momentos de vida - eu sorrio e quase choro ao ouvir uma das primeiras canções que trocamos...
E já nem quero estar mais aqui, se não for contigo.

E se alguém te perguntar, o que você pensa dessa história de nós, se você acha que tudo vai dar certo. Pode responder que você não se importa, que o vale é que a gente tá perto.
=D

If I fell.

If I fell in love with you
Would you promise to be true
And help me understand
'Cause I've been in love before
And I found that love was more
Than just holding hands

If I give my heart to you
I must be sure
From the very start
That you would love me more than her


If I trust in you oh please
Don't run and hide
If I love you too oh please
Don't hurt my pride like her

'Cause I couldn't stand the pain
And I would be sad if our new love was in vain
So I hope you see that I
Would love to love you
And that she will cry
When she learns we are two

If I fell in love with you

quinta-feira, setembro 25, 2008

!
!
?
?
.
.
...

sábado, setembro 13, 2008

Pulse

Mal chegou e
Bateu uma.
Bateu duas.
Bateu três.

E eu que antes pensei,
que era batida de lata.
Logo cedo percebi o engano,
e disse: "não pare, bata!".

Bateu quatro.
Bateu cinco.
Bateu seis.

E eu então já não continha,
qualquer gesto, ou emoção,
Nos falava até besteiras,
com a batida do meu coração.

quinta-feira, setembro 11, 2008

Oi, adeus!

E eu dei o meu melhor sorriso, enquanto ela me dizia, que mais que tudo me queria, e que de hoje em diante, à dois a gente ficaria. Mas o 'hoje em diante' percorreu um caminho curto demais. Depois de alguns bons momentos veio o adeus, e a gente não se falou, nem se viu nunca mais.

sexta-feira, setembro 05, 2008

Amorfa forma

Eu era um contador de sonhos. Um belo criador de histórias, que destrinchava todas as minhas verdades e mentiras em palavras cuidadosamente selecionadas. Sabia e fingia bem saber o que queria e o que não queria. Tudo o que amava e detestava. Sabia pedir antes mesmo de escolher, e sabia cantar, antes que inventassem a letra e a melodia de uma música.

Muito cedo aprendi e respeitei a minha previsibilidade, dia após dia, vivenciava e apreciava o enjoativo sabor do conhecimento do futuro. Futuro que sempre se confundia com o meu pretérito, quando me esquecia de já ter previsto, ou pensava prever o que já tinha vivido.

Por muito tempo fui e me deixei ser assim, até que a história mais difícil de ser contada me apareceu. Eu podia vê-la como seria, sentir como seria, mas não podia contá-la e nem tampouco vivê-la. Sim. Porque para se contar bem uma história, deve-se vivê-la na minimalidade dos fatos, no rubor da tinta e nas apertadas entrelinhas. E isso foi tudo o que não me aconteceu. Não por não saber criar o enredo, colocar rédeas no ritmo, ou achatar linhas distintas. É que dessa vez, a personagem principal fugia ao meu léxico.

Era uma mulher cuja idade e imagem eu desconhecia. Mas que era bela e mais sábia que eu, eu sabia. Pelas artimanhas da vida eu ocasionalmente a conhecia, em ambiente típico, tão logo me encantava e depois apaixonado me via – ou pensava estar. Ela parecia corresponder, me olhava nos olhos com a mesma precisão, sem desviar. O seu cheiro era sabor, tão qual um perfume de rosa sem cor. E o seu toque, que tão poucas vezes provei... eu não sei descrever.

Foi assim que toda a confusão começou. Eu não tinha dinheiro ou qualquer posição, apenas as velhas e gastas palavras que sempre usava e que no acaso sempre retomava para sair-me de qualquer situação. Mas não com ela, que adjetivos penosamente vestiam e que verbos nunca moviam. Eu me desesperei.

Comprei dicionários, aprendi novas línguas, para ter essa mulher só e inteira pra mim, através da única coisa que sabia dominar, as palavras. Quem me dera ela fosse um verbo desconhecido, mas conjugável. Eu mais cedo ou mais tarde a decifraria.

Queria continuar e terminar de criar a história, e quem sabe até, escrever um final feliz. Mas não podia, não conseguia. Faltavam-me substantivos, verbos, advérbios, adjetivos e até os míseros numerais que nem a quantificar podiam. Eu já não tinha nada, e as palavras que agora não me serviam, me qualificavam como um completo incapaz.

Demorou um certo tempo, até que ela pudesse perceber a minha incompetência. Cansou de esperar, de ter que em vagas palavras filosofar. Cansou do meu contar prolixo e sem nexo algum. Me deu mais de uma chance. Tentou, e tentou até cansar, até que em seguida me deixou.

Parei de escrever desde então, e hoje vago à procura de outra arte que jamais possa me desamparar.

Quanto a ela, ouvi que encontrou calor nas mãos de um escultor, que modela sua vida com forma e solidez. Ele não é de falar muito, mas a faz satisfeita, pois sempre se encontra onde é preciso estar. Ela sente a paixão e a vivacidade da vida. Ele a faz ser feliz, o que eu... só poderia contar.