Era terça-feira, tarde, e o sol ardia. Eu estava a caminho de casa, depois de mais uma enfadonha manhã de trabalho repetitivo, e trazia comigo a sinfonia que meu estômago produzia, protestando a vontade de comer. Também, o suor escorria, como lágrimas que ininterruptamente jorram, revelando a verdadeira intensidade da dor. Mas tudo o que eu sentia era cansaço e fome.
Não havia muita gente na rua naquele momento, naquele lugar. Quando pude então perceber dois garotinhos de mãos dadas, que do outro lado da rua bricavam. E eu me perguntava de quê. Não estavam caminhando. Nem sequer estavam em pé. Estavam sentados, mas não na calçada. No meio-fio, sorrindo, gargalhando e vez ou outra fazendo menção de que iriam se levantar e se jogariam na frente dos carros que rapidamente fluiam no caótico transito do pós meio-dia. E enquanto eu brincava e ria, percebi que um rapaz do outro lado da rua nos observava. Não paramos de brincar, mas ficamos com medo, porque todos os dias brincamos no mesmo lugar, por onde ele provavelmente diariamente passa, mas nunca tinha nos observado até então. Ele começou a falar alto, a gritar e a fazer gestos ridículos que nos confundia se estava brincando ou pondo em dúvida a sua lucidez. Mas, pouco importava, era a minha vez de jogar, no nosso jogo.
A quantidade de carros que passava era absurda e não me pertimia atravessar a rua e falar ao garotos que procurassem um outro lugar menos arriscado para se brincar. Semáforo ou faixa de pedestre nesse trecho não existiam, e decidi, por final, que driblaria os carros para chegar até o outro lado, na tentativa de salvar aquelas duas crianças do provável perigo. Até que o pior se antecedeu.
Eu olhava pros carros e ao mesmo tempo para o nada, e tudo aconteceu em bem poucos segundos. Não sei o que levou ele a fazer aquilo. Não se sei foi sua brincandeira, ou o descuido. Só sei que quando olhei para a rua, em meios aos carros que passavam, freavam e paravam, pude ver o corpo do rapaz, que gritava e gesticulava, deitado, inerte e ensaguentado no chão.
Não havia muita gente na rua naquele momento, naquele lugar. Quando pude então perceber dois garotinhos de mãos dadas, que do outro lado da rua bricavam. E eu me perguntava de quê. Não estavam caminhando. Nem sequer estavam em pé. Estavam sentados, mas não na calçada. No meio-fio, sorrindo, gargalhando e vez ou outra fazendo menção de que iriam se levantar e se jogariam na frente dos carros que rapidamente fluiam no caótico transito do pós meio-dia. E enquanto eu brincava e ria, percebi que um rapaz do outro lado da rua nos observava. Não paramos de brincar, mas ficamos com medo, porque todos os dias brincamos no mesmo lugar, por onde ele provavelmente diariamente passa, mas nunca tinha nos observado até então. Ele começou a falar alto, a gritar e a fazer gestos ridículos que nos confundia se estava brincando ou pondo em dúvida a sua lucidez. Mas, pouco importava, era a minha vez de jogar, no nosso jogo.
A quantidade de carros que passava era absurda e não me pertimia atravessar a rua e falar ao garotos que procurassem um outro lugar menos arriscado para se brincar. Semáforo ou faixa de pedestre nesse trecho não existiam, e decidi, por final, que driblaria os carros para chegar até o outro lado, na tentativa de salvar aquelas duas crianças do provável perigo. Até que o pior se antecedeu.
Eu olhava pros carros e ao mesmo tempo para o nada, e tudo aconteceu em bem poucos segundos. Não sei o que levou ele a fazer aquilo. Não se sei foi sua brincandeira, ou o descuido. Só sei que quando olhei para a rua, em meios aos carros que passavam, freavam e paravam, pude ver o corpo do rapaz, que gritava e gesticulava, deitado, inerte e ensaguentado no chão.
2 comentários:
Me lembra o filme Elephant.
o/
Voce escreve bem :)
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